sexta-feira, 5 de outubro de 2007

os inventores e suas historias fascinantes e fracassos

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“DEPOIS DO EURECA”
Terça-feira, 29 de março de 2005 – FOLHA [sinapse]
Dificuldades com patentes, problemas com patrocínio, roubo de idéias -
conheça as provações por que passam os inventores brasileiros, da criação à
comercialização de seus inventos.
Por: Milton Gamez e Suzana Barelli - colaboração para a Folha
Certas invenções brasileiras mudaram o mundo, mas seus inventores não receberam o
devido crédito até hoje. O exemplo mais notório é o de Alberto Santos Dumont, criador
do meio de transporte mais espetacular de todos os tempos. Os céus de Paris são
testemunha de que ele é o verdadeiro pai da aviação, mas pergunte a um norteamericano
quem inventou o avião e a resposta será outra: foram os irmãos Wright, é
claro.
Outros casos interessantes envolvem estrangeiros que viveram no Brasil e que
aqui fizeram coisas geniais. O artista francês Hercule Florence inventou a fotografia,
nos idos de 1833, na Vila de São Carlos, atual Campinas (SP). Na mesma época, quem
levou a fama foi seu compatriota Joseph Niépce, que, ao lado de Louis Daguerre,
conduziu experimentos fotográficos semelhantes na França.
Mais recentemente, em 1972, o alemão Andreas Pavel criou, em sua casa, em
São Paulo, um "pequeno equipamento de fixação corpórea para a reprodução de
eventos auditivos em alta qualidade", o stereobelt. Em 1979, a Sony lançou o walkman,
um fenômeno que foi comprado por 200 milhões de pessoas. Até hoje, a invenção do
aparelho portátil de música é atribuída a Akio Morita.
Dos três episódios, o único com final feliz (ou menos infeliz) foi o último. No ano
passado, depois de gastar US$ 3 milhões (aproximadamente R$ 8 milhões) em batalhas
judiciais contra a Sony durante mais de 25 anos, Pavel fez um acordo com a indústria
japonesa e recebeu uma polpuda indenização. Como seu invento poderia ter inspirado
outros aparelhos que hoje fazem muito sucesso -como o iPod e os celulares com
música-, Pavel poderá ganhar ainda mais dinheiro no futuro.
O que fez a diferença, no seu caso, foi o registro de uma patente do stereobelt
na Itália, em 1977, e outras na Alemanha, na Inglaterra e nos Estados Unidos, no ano
seguinte. Essa é, portanto, a primeira lição que os inventores modernos devem
aprender se querem usufruir dos benefícios econômicos de sua criação: antes de
anunciar ao mundo uma boa idéia, é preciso garantir os direitos de propriedade
industrial sobre ela. Ou seja, obter uma patente, um documento que, por um tempo
determinado (até 20 anos), assegura a reserva de mercado ao inventor.
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Alex Zaterk Kignel, 13,
e seu foguete movido à
água
De submarino a
foguete
Garoto de 13 anos
desenvolve criações na
base da brincadeira,
utilizando sucatas e
peças simples, como
fios, rolhas e madeira.
Os primeiros pingos de
uma chuva de verão já
levam Alex Zaterk
Kignel, 13, a pensar na
invenção de um barco. "Se inundar tudo, precisamos de algo para sair daqui",
propõe aos alunos do Ateliê Tempo & Espaço, uma escola de inventores em São
Paulo.
Não se deve duvidar da criatividade do jovem inventor: um carro à vela, baseado
num carrinho de mão de pedreiro, um barco com controle remoto e um foguete
que chega a quase três metros de altura são algumas de suas recentes criações.
Atualmente, está trabalhando num submarino com latas de achocolatado e que
deverá ter um controle remoto. Há mais de três anos, Alex desenvolve sua veia
criativa quase sem perceber e, melhor ainda, brincando
. Seu ponto de
partida são peças
aparentemente sem
utilidade, como um
motor velho, vários
fios, rolhas e
madeira, entre
outros materiais.
As idéias de Alex
são lapidadas pelos
orientadores do
local. Se é preciso
colocar um motor
para funcionar, são
passadas as noções
de mecânica; para
boiar, de
impermeabilização.
Ele sabe mexer com
furadeira, chave de
fenda e se diverte
com as noções de
mecatrônica. Para
ele, a matemática
da escola é muito
mais complicada.
"O inventor precisa ser discreto e tomar precauções legais antes de divulgar ou
tentar vender seu invento", diz Dalva Lucia Maffia, titular do Sedai (Serviço Estadual de
Apoio a Inventores), de São Paulo. Caso contrário, alguma pessoa ou empresa poderá
se apropriar da invenção antes mesmo que o legítimo dono possa dizer "Eureca!”.
O registro da patente no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) e
nos órgãos congêneres dos outros países é tão importante quanto a própria criação
(leia no quadro "Como registrar uma patente"). Com sede no Rio de Janeiro, o INPI é
ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e recebe mais
de 20 mil pedidos de patente por ano.
Preparar uma patente é uma arte. É preciso dizer o máximo sobre o invento e
seu ineditismo e, ainda assim, revelar o mínimo sobre o seu "pulo do gato". "Ela tem de
ser bem redigida para garantir os direitos do inventor", diz Maffia, que acompanha
atualmente mais de mil pedidos de patentes.
Muitos inventores afoitos começam a negociar a venda de sua criação antes de
sair a concessão da patente, com base somente no protocolo do pedido. É uma política
perigosa, alerta Antônio Abrantes, examinador de patentes na área eletrônica no INPI.
"O direito do inventor só está realmente garantido por lei quando a patente é
concedida") afirma.
Sigilo absoluto é o nome do jogo. Nada que um contrato devidamente registrado
em cartório não resolva. "É fundamental preparar acordos de confidencialidade antes
de mostrar as invenções a terceiros", alerta Dalva Maffia.
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Também é preciso tomar cuidado com pessoas, empresas e associações
inidôneas, que oferecem assessoria ao inventor e cobram taxas indevidas ou abusivas.
Checar se existem processos contra tais assessores nos órgãos de defesa do
consumidor e na Justiça pode evitar futuras dores de cabeça (o Tribunal de Justiça de
São Paulo permite consultas pela Internet).
“Há muita picaretagem nesse mercado”, alerta o advogado Newton Silveira,
sócio da firma de propriedade intelectual Cruzeiro/Newmarc e professor da Faculdade
de Direito da Universidade de São Paulo.
O inventor deve procurar assessoria somente de sociedades de advogados
registradas na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) ou agentes de propriedade
industrial cadastrados no INPI, diz Silveira. “Fora disso, é exército ilegal da profissão”.
Com maior ou menor cuidado, o fato é que há muita gente inventando coisas
interessantes no Brasil. Muitas até ganham algum dinheiro com isso. Curioso sobre o
destino das invenções que passam por sua mesa e pela de seus colegas no INPI,
Abrantes catalogou por conta própria centenas de inventos no site Inventa Brasil.
Figuram em sua Galeria de Inventores Brasileiros nomes como Carlos Prudêncio e
Carlos Moretzsohn, criadores da urna de votação eletrônica para o TSE (Tribunal
Superior Eleitoral), e Sharlene Serra, inventora do xadrez para cegos.
Existem vários tipos de inventores. O cientista, que trabalha sozinho, em
empresas ou universidades; o autodidata criativo, que supera a falta de conhecimentos
técnicos com a ajuda de terceiros; o considerado maluco, apelidado de "professor
Pardal". Há os sonhadores e os pragmáticos, os ingênuos e os desconfiados. Algumas
características são comuns a todos eles. "Os inventores independentes sempre acham
que suas criações são as melhores do planeta. Eles têm certeza de que vão ficar
milionários e sempre suspeitam que todo mundo quer roubar sua invenção", diz Maffia,
que trabalha com desenvolvimento tecnológico e patentes há mais de 30 anos.
Hoje, a maioria dos inventos apresentados ao INPI são simples, com baixo
conteúdo tecnológico. Os melhores inventos e inovações são encaminhados pelas
empresas. Isso revela que o perfil médio do inventor individual brasileiro é mais
parecido com o professor Pardal do que com Leonardo da Vinci, o gênio renascentista
que, além de magnífico pintor, esbanjava conhecimentos de anatomia, perspectiva,
geometria, matemática, hidráulica, arquitetura e mecânica e era um grande inventor de
máquinas civis e militares. »
Embora não sejam cientistas nem gênios, alguns inventores tiveram boas sacadas
e conseguem viver de suas idéias. Poucos conseguem enriquecer com seus inventos,
como fez Adriano Sabino, inventor da bóia-espaguete (sua empresa, a Toy Power, hoje
fabrica mais de 40 brinquedos aquáticos). Mas há quem consiga ganhar dinheiro o
suficiente para continuar inventando.
É o caso, por exemplo, de Armando Monteiro, que inventou o Sombreiro, uma
engenhosa cobertura para estacionamentos, e o Forhands, um lavabo inteligente que
está sendo instalado em lojas da rede Wal-Mart (leia mais à pág. 14). Ou de Roberto de
Sá Gonçalves, criador de um aparelho para economizar combustível, o Qmeter Mix (leia
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mais no quadro acima). Os dois patentearam seus inventos e montaram negócios
próprios que deram certo.
Outro inventor que começou a trilhar esse caminho e tem certeza de que vai enriquecer
é Rubens José de Oliveira Filho, autor do projeto Safira, um sistema de reciclagem da
água para lavadoras de roupas (pág. 16). Ele fechou sua oficina de consertos para se
dedicar com exclusividade ao invento.
As taxas de licenciamento de produtos para as empresas não costumam ser divulgadas
pelas partes envolvidas. Segundo Abrantes, do INPI, o inventor recebe entre 5% e 10%
do faturamento bruto da empresa com o novo produto -o que pode significar de 40% a
50% do lucro líquido do invento. O licenciamento é uma opção viável para inventores
que não querem ou não têm condições de fabricar e vender seu produto por conta
própria.
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Sombra e água fresca
Cansado de procurar vagas em
estacionamentos e lavatório em feiras de
negócios; empresário bola inventos
comercializáveis.
Como todo inventor que se preze, o
empresário Armando Monteiro, 42, adora criar
coisas para solucionar problemas que o incomodam pessoalmente. Procurar
vagas em estacionamentos é uma dessas amolações cotidianas que ele não tolera.
"Sempre tem um carrinho meio escondido numa vaga que parece livre", diz.
Outra coisa terrível, para ele, é o problema da higiene pessoal nas feiras de negócios.
Todo mundo se cumprimenta com as mãos e acaba comendo uma coisa aqui, outra ali.
"Já imaginou quantas bactérias e micróbios entram na boca junto com os alimentos?".
O primeiro problema Monteiro resolveu com o Sombreiro. É uma cobertura
individual para as vagas, que sobe quando ela está livre (o motorista, assim, sabe onde
pode estacionar) e desce quando o carro chega. O segundo dilema foi solucionado com
o Forhands, um lavabo portátil que não exige encanamento e pode ser instalado em
qualquer lugar. Basta trocar os refis de água. A empresa de Monteiro manda fabricar,
aluga e faz a manutenção dos dois produtos. Ambos foram concebidos para receber
publicidade e, dessa forma, amortecer os custos de locação.
Formado em educação física, Monteiro estudou desenho publicitário e ingressou
na área de marketing. Montou sua empresa há cinco anos, emprega três pessoas e vive
de suas próprias invenções. O Sombreiro já foi alugado pelo aeroporto de Congonhas e
por um shopping em Mogi das Cruzes (SP). E a rede Wal-Mart acaba de alugar os
lavabos inteligentes para instalar em suas lojas "super centers", no Sudeste,
especialmente na área de frutas e verduras. O custo mensal é de R$ 680,00 em média,
por lavabo.
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Professor Pardal
Autodidata em eletromecânica, funcionário dos correios viaja o
país inteiro divulgando seu invento, um aparelho que ajuda a
economizar combustível.
Houve um tempo em que os brasileiros podiam optar por dois
tipos de gasolina: a normal e a azul. Quem não tinha dinheiro para
encher o tanque com a azul, mais cara, misturava as duas, na
esperança de melhorar o desempenho do carro. Roberto de Sá
Gonçalves, 62, um funcionário dos Correios no Rio de Janeiro, ficava
indignado com a situação. Depois de muitas experiências na garagem
de casa, inventou um aparelho para economizar combustível, o
Qmeter. E não é que deu certo?
O invento estabiliza a corrente transmitida pela bobina para as velas e
proporciona uma queima mais eficiente do combustÍvel.
"Não podia melhorar a gasolina, então, melhorei a combustão". diz. "O carro anda
mais, gasta 30% menos combustível e sua poluição diminui 25%,".
A primeira patente saiu em 1975 e, três anos depois, começaram as vendas. Até
hoje, Pardal, como é conhecido, ganha dinheiro com seu invento, agora na versão
Qmeter Mix (funciona para gasolina, álcool e gás).
Pardal, que estudou até o segundo grau e é autodidata em eletromecânica, faz
suas vendas na base da propaganda boca-a-boca, pela internet e por meio de
revendedores. Seu invento já foi testado e considerado eficaz por algumas empresas,
inclusive na França, mas não houve interesse da indústria em comercializá-Io. Além do
Qmeter Mix (R$ 130 cada um ou R$ 480 o jogo com quatro), inventou um pula-pula,
um capacete com retrovisor e um sanitário descartável e trabalha num sistema para
apagar incêndios causados por cigarros nas estradas.
Pardal também fundou a Academia Brasileira dos Inventores, que já conta com
1.063 membros. E quer oferecer assessoria jurídica e técnica aos inventores pobres.
"Tem muita gente boa inventando coisas no Brasil, mas sem dinheiro para
botar no mercado".
Muitos inventores seguem o caminho da produção própria. Essa opção
exige que o inventor seja também um empreendedor, capaz de atrair pessoas,
tecnologia e capital suficiente para viabilizar um empreendimento. É uma jornada longa
e penosa. O crédito é escasso e caro, e o Brasil tem poucos incentivos para os
inventores individuais. O Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas) não tem um programa nacional específico para eles, mas suas incubadoras
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de empresas regionais podem oferecer apoio àqueles que tenham patentes e queiram
transformar suas idéias em negócios.
Em São Paulo, o Sedai, único órgão público de assistência gratuita aos
inventores, foi gradativamente esvaziado nos últimos anos. O acompanhamento de
processos existentes no INPI e o apoio aos inventores na redação de pedidos de
patente ocorrem na base da teimosia pessoal de Dalva Maffia, com a ajuda de urna
secretária.
No mundo dos inventores, é preciso ter mesmo muita obstinação. Alguns projetos
levam anos para sair do papel. O Eletroherb, um equipamento de eletrocução de ervas
daninhas, de grande utilidade na agricultura orgânica (elimina o uso de herbicidas),está
sendo desenvolvido desde 1988 e até hoje não vingou.
O projeto começou na Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita
Filho) de Sorocaba (SP) -algumas universidades e instituições ligadas ao ensino, corno a
Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), apóiam inventores
acadêmicos por meio de programas voltados à inovação tecnológica e à propriedade
intelectual. As primeiras patentes do Eletroherb já caíram em domínio público, mas nem
por isso o invento foi esquecido. »
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Lavadora Ecológica de Roupas.
De olho em suas contas, técnico em conserto de máquinas
de lavar desenvolveu sistema de filtragem e
reaproveitamento de água.
Se a água encanada fosse gratuita, o técnico em
consertos de máquinas de lavar roupas Rubens José de
Oliveira Filho, 36, provavelmente não seria inventor.
Dono de uma oficina em Santos (SP), Oliveira recebia
altas contas de água; pois precisava testar as máquinas
consertadas. O lucro do negócio ia embora pelo ralo. Não
demorou muito até que ele desenvolvesse um sistema para
reciclar a água utilizada.
Oliveira bolou um sistema de filtros, consultou um
especialista em produtos químicos e tratamento de água e, em 2003, criou o projeto
Safira (Sistema de Armazenamento, Filtragem e Reaproveitamento da Água). É um kit
externo com filtro e reservatório que, acoplado a uma lavadora, elimina a sujeira e o
sabão da água usada na lavagem. Anti-espumantes também são usados no processo.
Segundo ele, uma dona de casa que lave roupas diariamente pode reduzir o
consumo de 6.000 litros para 15 litros de água por mês, em média. Nas lavanderias, o
equipamento irá valer a pena a partir de uma conta de água mensal de R$ 2.000
(abaixo disso, o gasto com produtos químicos não compensa).
Depois de "registrar a patente no Brasil e em 123 países, Oliveira conseguiu seu
primeiro contrato. A fabricante de equipamentos para lavanderias Máquinas Santo
André irá oferecer o sistema para seus clientes.
"Vai ser a primeira lavadora de roupas ecológica do mundo", comemora Oliveira.
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Em 2000, o engenheiro eletrônico Constamino Augusto Henrique Schwager
entrou na Sayyou Brasil, empresa que encampou o projeto. Introduziu melhorias
técnicas e obteve mais uma patente, em 2002. Hoje, ele se prepara para lançar a
versão comercial do produto. Dois dos quatro inventores da primeira máquina -os
engenheiros agrônomos Augusto Eira e Fernando Almeida- são sócios minoritários da
empresa. "Estamos em busca de um novo parceiro", afirma Schwager.
No fundo,Schwager está diante do mesmo dilema enfrentado por todos os
inventores: o sucesso comercial de uma invenção é o que vai definir se ele vai entrar
para a história como um visionário, um inovador, ou se será apenas lembrado como
mais um fracassado) um romântico sonhador.
"Só há inovação quando há percepção de valor pelo mercado. O invento precisa
gerar resultado econômico, pois vivemos num sistema capitalista", afirma Moisés
Simantob, coordenador do Fórum de Inovação da Fundação Getúlio Vargas. Muitas
vezes, o processo de inovação acaba sendo prejudicado pela falta de preparo do
inventor e pela postura predatória de muitas empresas.
“O sucesso comercial de uma invenção é o que vai definir se o inventor vai
entrar para a história como um visionário, um inventor,ou se será apenas
lembrado como mais um fracassado, um romântico sonhador“
O inventor independente precisa falar a linguagem do mundo dos negócios,
proteger o direito de propriedade de sua criação e garantir um longo contrato de
prestação de serviços de assessoria à empresa no desenvolvimento de seu produto.
"Ele tem de passar de inventor a gestor-inovador", defende Simantoa. Inventoras
natas, as crianças precisam ser estimuladas desde pequenas para que possam
continuar criativas na vida adulta, defende o consultor de marketing industrial José
Carlos Teixeira Moreira. Sua fé nos pequenos inventores é tamanha que ele criou uma
escola só para eles, o Ateliê Tempo & Espaço, com unidades na Vila Madalena (zona
oeste de São Paulo) e em Cotia (SP). No ateliê, monitores estimulam meninos e
meninas de 5 a 14 anos, como o garoto Alex (leia mais à pág. 13) a realizar seus
inventos.
O Ateliê Tempo & Espaço existe há 22 anos. Em 1984, um de seus alunos foi o
garoto Francesco Grazzini, que se interessou por aulas de manutenção de motocicletas
e criou pequenas engenhocas. Hoje, Grazzini é engenheiro de desenvolvimento
aeronáutico da Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica). É um especialista em
cálculos estruturais de aeronaves. Nesse campo, ele continua inventando.
"Diariamente lidamos com pequenas invenções. São elas que movem o
desenvolvimento tecnológico. Graças a elas, a invenção de Santos Dumont
transformou-se no que é hoje", afirma Grazzini. Como se vê, quase cem anos depois do
histórico vôo do 14 Bis, a saga do Brasil na história da aviação ainda não acabou.
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Criador e Criatura Conheça algumas invenções brasileiras e seus inventores
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Saiba mais
“Leonardo, Arte e Ciência - As Máquinas”
De Luca Antoccia e outros
Globo, 232 págs., R$ 69
Ateliê Tempo & Espaço
www.tempespaco.com.br
Eletroherb
www.sayyou.com.br
Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo)
www.fapesp.br
INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial)
www.inpi.gov.br
Inventa Brasil
www.inventabrasil.net
Projeto Safira
www.isshiki.com.br
Qmeter Mix
www.qmeter.com.br
Sombreiro e Forhands
www.brazilimagem.com.br
Tribunal de Justiça de São Paulo
http://portal.tj.sp.gov.br/wps/portal

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